quarta-feira, 12 de abril de 2023

Classificação Biológica de Lineu e outras categorias intermediárias que foram adicionadas.



A classificação biológica de Lineu é um sistema de classificação hierárquica que organiza os seres vivos em diferentes categorias taxonômicas. Esse sistema foi desenvolvido pelo botânico sueco Carl von Linné, também conhecido como Lineu, no século XVIII.

O sistema de classificação de Lineu é baseado em características morfológicas dos organismos e consiste em sete categorias hierárquicas, que vão da mais ampla para a mais específica: Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie. Cada categoria representa um nível diferente de parentesco evolutivo entre os organismos.

Reino: a categoria mais ampla, que agrupa organismos que compartilham características básicas em comum. Existem cinco reinos: Monera (bactérias e cianobactérias), Protista (protozoários e algas unicelulares), Fungi (fungos), Plantae (plantas) e Animalia (animais).


Filo: categoria que agrupa organismos que compartilham um conjunto de características estruturais, fisiológicas e evolutivas comuns. Existem muitos filos diferentes, como o filo Chordata (vertebrados), o filo Arthropoda (insetos e crustáceos) e o filo Mollusca (moluscos).


Classe: categoria que agrupa organismos que compartilham características semelhantes dentro de um mesmo filo. Por exemplo, dentro do filo Chordata, a classe Mammalia (mamíferos) inclui animais como cães, gatos, golfinhos e seres humanos.


Ordem: categoria que agrupa organismos que compartilham características semelhantes dentro de uma mesma classe. Por exemplo, dentro da classe Mammalia, a ordem Carnivora (carnívoros) inclui animais como leões, tigres e ursos.


Família: categoria que agrupa organismos que compartilham características semelhantes dentro de uma mesma ordem. Por exemplo, dentro da ordem Carnivora, a família Felidae (felinos) inclui animais como gatos, leões e tigres.


Gênero: categoria que agrupa organismos que são muito semelhantes entre si, mas que ainda apresentam algumas diferenças. Por exemplo, dentro da família Felidae, o gênero Panthera inclui animais como leões, tigres, leopardos e onças.


Espécie: categoria mais específica, que agrupa organismos que são capazes de se reproduzir e gerar descendentes férteis. Por exemplo, dentro do gênero Panthera, a espécie Panthera leo inclui apenas os leões.

A classificação de Lineu ainda é amplamente utilizada hoje em dia como base para a classificação biológica, embora tenha sido modificada e expandida com o tempo para incluir outras categorias taxonômicas e outros critérios de classificação, como características genéticas e moleculares.



Desde que Carl von Linné desenvolveu o sistema de classificação biológica no século XVIII, a classificação biológica tem sido continuamente modificada e expandida para refletir avanços na compreensão da diversidade biológica e nas relações evolutivas entre os seres vivos. Algumas das principais modificações e expansões incluem:

Adição de categorias taxonômicas intermediárias: além das sete categorias taxonômicas originais de Lineu, outras categorias intermediárias foram adicionadas, como subfilo, superordem, subordem, infraordem e subfamília.


Utilização de critérios genéticos e moleculares: com o avanço da biologia molecular, a utilização de critérios genéticos e moleculares para a classificação biológica se tornou cada vez mais importante. A análise do DNA tem permitido a descoberta de novas relações evolutivas e o estabelecimento de novas categorias taxonômicas.
Reorganização das relações filogenéticas: a compreensão das relações filogenéticas entre os organismos mudou significativamente desde a época de Lineu. Por exemplo, muitas categorias taxonômicas antigas, como "Reptilia", foram divididas em categorias menores e mais precisas com base em informações moleculares e filogenéticas.
Reconhecimento de grupos taxonômicos alternativos: há muitos grupos de organismos que não se encaixam perfeitamente na classificação de Lineu. Por exemplo, os procariontes (bactérias e arqueias) foram originalmente agrupados em um único reino (Monera), mas agora são reconhecidos como dois domínios diferentes. Além disso, alguns grupos de organismos, como os vírus, não são considerados vivos e não são classificados na mesma hierarquia que os organismos vivos.
Utilização de abordagens integrativas: abordagens integrativas da classificação biológica, que combinam dados morfológicos, moleculares, ecológicos e outros tipos de informações, estão se tornando cada vez mais comuns. Isso pode permitir uma compreensão mais completa da diversidade biológica e das relações evolutivas entre os organismos.


Além das sete categorias taxonômicas originais criadas por Lineu (reino, classe, ordem, família, gênero, espécie e variedade), outras categorias foram adicionadas posteriormente à sua classificação biológica. Uma dessas categorias é a subespécie, que é uma subdivisão da espécie e é usada para distinguir populações geograficamente isoladas que têm diferenças morfológicas ou genéticas distintas, mas ainda são capazes de se intercruzarem. A categoria subespécie foi introduzida por Johann Friedrich Gmelin em 1788, pouco tempo depois da publicação da obra de Lineu "Systema Naturae". Desde então, outras categorias taxonômicas intermediárias foram adicionadas, como subfamília, tribo, subgênero, entre outras, para melhor descrever a diversidade biológica e as relações evolutivas entre os seres vivos.

O domínio é uma das categorias taxonômicas mais abrangentes e foi introduzido em 1990 pelo biólogo americano Carl Woese e seus colaboradores. Woese propôs a criação do domínio para agrupar os seres vivos em três grandes grupos com base em diferenças fundamentais na estrutura e sequência do RNA ribossômico: Archaea, Bacteria e Eukarya. Antes disso, as bactérias e as arqueias eram agrupadas em um único reino, Monera, junto com as cianobactérias (algas azuis). A criação do domínio foi um avanço significativo na compreensão da diversidade biológica e na revisão da classificação dos seres vivos, pois reconheceu a distinção entre as arqueias e as bactérias, que antes eram consideradas grupos muito semelhantes e agrupadas juntas em um único grupo.





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